terça-feira, 5 de outubro de 2010

A Revista Veja e seus colunistas preconceituosos e ignorantes

Tudo estava tranquilo até que a revista Veja chegou em uma das Bibliotecas do nosso Sistema. No início, não acreditei no que li, mas corri para a revista e confirmei o que a colega havia relatado:

Assunto: Dilma e sua imagem de "bibliotecária solteirona"
Prezados,
Recomendo a leitura da coluna de moda, publicado pela Revista Veja, edição 2185, n. 40 de 06/10/2010.
O título é: Vestida para mandar.
Autor: Mario Mendes
Página 132-133
Leia a página 133, no primeiro parágrafo: "Dilma Rousseff teve de se rendera essa realidade da exposição permanente e tratou de investir em uma repaginação que eliminasse resquício do visual militante da juventude e do nada lisonjeiro look 'bibliotecária solteirona' quando ministra."
(Simone da Silva, Senac/PR)

A pergunta é: esse tal de Mauro Mendes é um velho caquético, ignorante, que há anos não frequenta uma Biblioteca ou é um daqueles garotões que comprou seu diploma - se é que tem algum - e nunca foi à uma Biblioteca? Como pode ofender um profissional assim, em pleno Século XXI? Pior, como pode uma revista, que se diz conceituada publicar tal adjetivo?

Acho que deveríamos fazer o que recomenda nosso colega, todas as bibliotecárias enviem suas fotos!:

Respondido cara Simone, o autor demonstra que há muito tempo não frequenta uma biblioteca.

Acho que além de suas fotos, deveríamos mandar o book com as fotografias de todas as gatíssimas bibliotecárias do Senac.
(Rodrigo Leite, Senac Ceará)

As manifestações não param aí:

Que afronta!
(Raquel Bentes, Senac/DF)

QUE ESPÉCIE DE "BIBLIOTECÁRIA" É ESSA QUE VOCÊS ACHAM QUE EXISTE?
Prezados,


É comovente imaginar que um "Redator" da revista Veja, o repórter Mario Mendes, que ponderava eu, ser uma pessoa esclarecida e informada sobre o cotidiano globalizado dos perfis profissionais, pensar que um Profissional Bibliotecário, seja ele homem ou mulher, compare-se ao espantoso perfil da Candidata a presidência da república Dilma Rousseff antes de sua "repaginada" segundo o próprio autor da Matéria "Vestida para mandar" (06/10/10 p.133).
Saibam todos (a), inclusive a autoria da reportagem, que o perfil citado em Vs.a Revista, trata-se de um profissional inexistente no Mercado atual! O Bibliotecário (a) é um profissional moderno, que trabalha com a informação de forma sistemática e que se usa de tecnologia para aprimorar tais serviços. É um profissional com formação acadêmica, atuante, criativo e conectado a tecnologia da informação para usar-se das mais diversas ferramentas necessárias à organização da informação e do conhecimento. Neste espaço, trabalham profissionais competentes, modernos, atualizados e "repaginados" tal qual a candidata que não teria espaço nas eleições caso não houvesse uma mudança em seu perfil. Lamento a falta de informação e respeito para com estes profissionais que há anos já se posicionaram de maneira atuante e multidisciplinar na atual sociedade.
Sugiro ao autor que procure saber quem é o profissional da informação, como ele trabalha, quais suas competências e atuações, ficando claro que a nostalgia mental inserida em Vs.a reportagem configure-se como DESATUALIZADA
Atenciosamente,
Thiago Rodrigues Dantas
(Carta do colega do Senac/RN à revista Veja)
 
Isso aí Thiago, falaste tudo!!!!!

À Revista Veja
Prezados Senhores
Foi lamentável conhecer a matéria publicada na Veja de 6 de outubro de 2010, pg. 133, onde macula a imagem do profissional do Conhecimento e da Informação na infeliz expressão "bibliotecária solteirona".
Casadas ou solteiríssimas, elas atuam em grandes e conceituadas empresas governamentais ou privadas, exercendo um valioso papel em prol da sociedade, disseminando informações de formas sistemáticas, adquiridas, em grande maioria, nas Universidades Federais do nosso país.
Inteligentes, viajadas e, acima de tudo, dignas de reconhecimento e respeito, são profissionais competentes.
O predicado menos importante para qualquer profissional é estar na moda mas ainda assim, a bibliotecária atual exerce a sua elegância cotidianamente.
O redator Mário Mendes foi infeliz na sua matéria, quando deveria estar melhor informado.
Atenciosamente
(Fátima Duarte, Senac/BA)
Bibliotecária

12 comentários:

  1. Anônimo9:38 AM

    eu ja enviei email a revista e com minha foto anexo para que possam entender a besteira de tal comparação, deviam fazer o mesmo....bjs

    PAULA
    Bibliotecária - Salvador - BAHIA

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  2. Vamos parar de levar a Veja a sério http://migre.me/1uK8w

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  3. Onde posso encontrar na net o link da reportagem?

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  4. E se a gente dissesse que alguém tem o look jornalista reprimido? ou repórter desorientado? Aposto que ia chover reclamação.
    Alimentar preconceito é sinal de ignorância e alienação.

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  5. Anônimo4:32 PM

    Sou bibliotecário, e também trabalho como Drag Queen na noite de Porto Alegre, mais conhecida como Cassandra Calabouço, vou mandar minha foto também...
    Nilton Gaffreé

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  6. Anônimo5:44 PM

    A Veja só usou uma imagem estereotipada (que infelizmente não deixa de ser real uma vez que muitos se manifestaram), mas não numa tentativa de ofensa à categoria profissional.

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  7. Anônimo11:29 PM

    Sou a favor de trocarmos a assinatura da Veja de nossas Unidades de Informação pela revista Caros Amigos... Não é tão unilateral, qd se trata de política.. bem mais conteúdo!!!! @alamino_ale no Twitter

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  8. Anônimo12:47 PM

    Acho que ficamos chateadas só pq a Dilma é feia. Se fosse uma bonitona solteirona dúvido que haveria essa comoção. Como no caso da reportagem que falam que a Sarah Palin é bonita e sexy, no estilo bibliotecária do interior, como no filme Verdade nua - onde a dica para se conquistar um cara é ser meio bibliotecária. Acho que devemos refletir até onde nós temos culpa por em relação a essa imagem e o que devemos fazer para mudar isso. Temos muitas bibliotecárias belas (belas mesmo, que se encaixam nos padrões de beleza de mercado de moda).

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  9. Pedido de desculpas? Isso merece uma ação no Ministério Público Federal.
    Estou cansada de desrespeito coletivo mascarado: basta. Estamos falando da construção de visões distorcidas ao longo dos séculos, de machismo generalizado, de desrespeito a imagem da mulher. Botar panos quentes no conflito não é a solução ou dizer "Eles não tiveram a intenção..." De intenções ("boas" ou "más")a sociedade brasileira está cheia. Quem cala consente. Eu não consinto!
    Até quando vamos ter de suportar isso calados? Qualquer um de posse de uma caneta pode se achar
    digno de ridicularizar o Outro, a Diferença, o Alheio por mera presunção intelectualóide, por frívolos objetivos políticos ou pela manutenção e a garantia de alguns míseros privilégios? Até quando a construção de estereótipos pejorativos
    vão pautar as nossas relações humanas. Desde quando a dignidade de uma pessoa habita na vestimenta ou no seu tipo físico? E quem são vocês para tentar nos fazer acreditar que o que temos não é o melhor? Onde estão os
    limites? Onde está a lei? Liberdade de imprensa sim, opressão da imprensa NÃO! Onde foi parar
    a ética profissional, o respeito ao ser humano? Onde está a lei para impor os limites ao desrespeito
    e ao meu direito de mulher-cidadã e profissional-bibliotecária? BASTA.



    Tatiana.

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  10. Anônimo12:58 PM

    está se achando "né" Mario Mendes?

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  11. Editorial Veja,
    Gostaria de saber se a veja faz revisão de seus textos antes da revista ir para a gráfica.
    Fiquei espantada como pode uma revista de tal repercussão deixar passar uma matéria do “entendido de moda” Mario Mendes, que diz na revista do dia 6 de outubro de 2010 na página 132-133:
    "Dilma Rousseff teve de se render a essa realidade da exposição permanente e tratou de investir em uma repaginação que eliminasse resquício do visual militante da juventude e do nada lisonjeiro look 'bibliotecária solteirona' quando ministra."
    Quem é este jornalista desatualizado e preconceituoso? Já que ele falou de ditadura, vale lembrar que lutamos muito pelo direito de expressão, que é indispensável para a formação de uma boa biblioteca. Pena que alguns façam valer esse direito para expressar clichês, preconceitos e ofensas: contra as solteiras e contra as bibliotecárias!
    Já que foi falado no “look bibliotecária solteirona” (onde na realidade poucas o são), ele como editor de moda deveria cuidar mais do seu visual, esse sim é totalmente ultrapassado e deselegante e, o pouco que se acha de imagens dele no Google, são feias e pequenas, por que será?


    Vania Maria Bittencourt Parreiras
    Bibliotecária/Arquivista e Gestora de Informação

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  12. JOSÉ CARLOS8:31 PM

    Minha querida irmã competente bibliotecária e belíssima, além de moderna e atualizada, a Revista Veja é, por excelência, um órgão preconceituoso e discriminador não se importando com quem quer que seja quando quer distratar um adversário político. A bola da vez é a Dilma Roussef, por ser opositor do cupincha deles, o sr. serrinha. Não espere qualquer respeito desta revista. Todos os bibliotecários irão escrever cartas para a editoria e sabe o que eles farão? colocarão uma notinha ao pé da página de cartas dos leitores se explicando (e se explicando mal e porcamente).

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